Pequeno recinto circular composto por dois fossos concêntricos. Existem inúmeras anomalias magnéticas (pontos a negro no magnetograma) que correspondem a fossas escavadas na rocha e que se distribuem dentro dos recintos e pelo exterior destes. Encontra-se preservado num espaço não plantado no meio de um olival de exploração intensiva.

“Apresenta um diâmetro máximo de 45m. O fosso interior, de traçado linear, com 17m de diâmetro, delimita uma área de 96m2. O recinto exterior apresenta um fosso de traçado sinuoso, com oito lóbulos bem padronizados. Tem um diâmetro de 45m, abrangendo uma área de 328m2. Os fossos têm larguras de cerca de 2,2m e 2,5m, com profundidades estimadas entre 1.5 e 2m.

O fosso interior tem duas entradas. Uma orientada a Norte e outra a 120º. O fosso exterior tem uma única entrada, orientada a 120º, encontrando-se alinhada com uma das entradas do recinto interior ao solstício de Inverno.
Foram registados poucos materiais à superfície: fragmentos de cerâmica de recipientes de fabrico manual, percutores, uma bigorna e um elemento de mó manual.

Este recinto está implantado numa zona aplanada, no ponto em que se inicia a vertente muito suave da margem esquerda da Ribeira de Alcorrego, afluente da Ribeira da Seda, integrando já a bacia hidrográfica do Tejo. A implantação não apresenta destaque na paisagem, a qual é bastante aberta e aplanada, sendo possível ver no horizonte a Serra de S. Mamede a Nordeste.”

“Este recinto integra um grupo que estabelece o limite norte da distribuição de recintos de fossos no Alentejo (que corresponde à parte sul do distrito de Portalegre), e onde pontuam outros recintos já trabalhados arqueologicamente, como Santa Vitória, Torrão, Monte da Contenda ou Moreiros 2.
As suas dimensões, o número de fossos, o desenho do fosso externo de sinuosidade padronizada ou a orientação solsticial do alinhamento de entradas aproximam-no de um grupo de recintos com estas características arquitectónicas, que se concentram sobretudo mais a Sul, no distrito de Beja (Xancra, Folha do Ouro 1, Monte da Laje ou Outeiro Alto 2). Este grupo apresenta uma padronização arquitectónica significante, que obedecerá a certos princípios e prescrições com carácter simbólico, sugerindo um carácter cerimonial e monumental para estes recintos, ou seja, locais de agregação para a realização de determinadas cerimónias em momentos específicos do ciclo anual. Contudo, no vasto território entre o grupo situado mais a sul e Rouca 7 e Santa Vitória, que representam no extremo norte este tipo de recintos, ainda não se conhecem outros com as mesmas características.”

Realização de prospecções de superfície e prospecções geofísicas por magnetometria.

Valera, A.C.; Pereiro, T. do (2022) – Rouca 7 (Cano, Sousel): geofísica de um novo recinto de fossos pré-histórico. Apontamentos de Arqueologia e Património. 16: 15-20.

Localização administrativa
Herdade da Rouca, freguesia do Cano, Concelho de Sousel, Distrito de Portalegre.

Acesso
Ao Ponto de Observação: acesso em viatura normal. Encontra-se em área preservada (não plantada) no meio de um olival.

Coordenadas do sítio (centro)
38.978374, -7.758326 ou 38°58'42.2"N 7°45'30.2"W

Ponto de Observação
38.979029, -7.747106

Localização Google Maps
https://goo.gl/maps/B6MBCcu1xD7BMqqe7

Cronologia
Idade do Crobre, 3º milénio antes de Cristo.