Trata-se de um fragmento de uma estela-menir mutilada, existindo a informação de que a base teria sido utilizada como peso num lagar vizinho. O fragmento preservado foi identificado por José Pires Gonçalves e reerguido sobre uma base nova em 1970, numa iniciativa da Junta Distrital de Évora e Grupo de Amigos de Monsaraz. Em 1971 foi classificado como Monumento Nacional. Apresenta-se gravado em ambas as faces. Na face mais decorada apresenta a representação de um sol raiado, de um báculo e conjuntos de linhas ondolantes e ziguezagueantes.

Os menires e estelas menires podem aparecer isolados, em alinhamentos ou formando recintos (cromeleques). A estela-menir, tal como o menir do Outeiro, estaria isolada. Nesta situação, estas pedras verticalizadas, afeiçoadas ou esculpidas, seriam marcos simbólicos de lugares significantes ou marcadores de percursos na paisagem, podendo relacionar-se com outros elementos naturais. Constituiam-se como lugares de significado, participando na organização do território e da paisagem antropizada. A simbologia gravada reforçaria esse papel simbólico e comunicacional, no caso do menir da Bulhoa com a referência ao elementos solar, central nas cosmologias neolíticas, e a um símbolo de poder ( o báculo), também ele uma criação desse mundo neolítico agricultor e pastoril.

Levantamento da parte preservada do menir sobre um bloco de granito (sem que se conheçam os critérios para a altura estabelecida).

Cardoso, J.L. (2015) – Nos 50 anos da identificação do megalitismo não funerário alentejano. O povoamento da região de Reguengos de Monsaraz no IV e III milénios a.C., Almadan, II Série. 19: 70-83.