Anta Grande do Olival da Pega
Um dos maiores monumentos megalíticos portugueses, com câmara e corredor.
Apesar das afectações, permite ainda perceber a sua monumentalidade original.
Grande anta de câmara e corredor, com um comprimento total de 13.3m. A câmara é poligonal com 7 esteios (6 ainda in situ) e tem 4x6m de diâmetro. O esteio maior tem 4.4 m de altura, 3m de largura e 1m de espessura, pesando cerca de 37 toneladas. Alguns dos esteios foram removidos ou fracturados e a câmara remexida. A recolha de três moedas do século XV datam um desses momentos de afectação do monumento. O corredor apresenta 8.6m de comprimento e ainda se notam restos do tumulus (mamoa) que envolveria a câmara e o corredor. Existem vários fragmentos de xisto à superfície e, em meados do século XX, o proprietário terá referido a existência a sul do corredor de fossas revestidas com lajes de xisto contendo ossos humanos e cerâmica. Ou seja, é possível a existência de tholoi associados à anta, tal como acontece com a vizinha Anta 2 do Olival da Pega, ou nas antas da Comenda 2, da Farisoa 1 ou de Cebolinhos 3. Um teste de geofísica realizado há uns anos parece sugerir igualmente essa situação.
As grandes antas alentejanas, de que a Anta Grande do Olival da Pega é exemplo, foram construídas no apogeu do megalitismo (finais do 4º milénio a.C.) e utilizadas para enterramentos colectivos durante um tempo prolongado, que se estendeu pelo 3º milénio a.C., acumulando restos de um elevado número de indivíduos e grande quantidade de materiais votivos. Nesta anta, apesar dos remeximentos registados, recuperaram-se inúmeros ossos humanos, queimados e não queimados, e imensos materiais arqueológicos: machados e enxós em pedra polida, geométricos, lâminas, pontas de seta, contas de colar, alfinetes em osso, placas de xisto e báculos com decoração geométrica, figurinhas zoomórficas (coelhos), um ídolo antropomórfico (tipo almeriense) em xisto, recipientes cerâmicos (alguns com decoração simbólica com oculados solares), colheres e dois discos crânianos (eventualmente resultado de trepanações realizadas em crânios humanos).
Escavação arqueológica em meados do século XX pelos arqueólogos alemães Vera e Georg Leisner.
Leisner, G.; Leisner, V. (1985) – Antas do Concelho de Reguengos de Monsaraz [1951]. Lisboa. INIC.; Gonçalves, V. S. (1999)- Reguengos de Monsaraz. Territórios Megalíticos. Lisboa. CMRM.
Localização administrativa
Freguesia de Monsaraz, concelho de Reguengos de Monsaraz, distrito de Évora
Acesso
Acesso público, em terra batida. Qualquer tipo de viatura.
Coordenadas do sítio (centro)
38.451346, -7.401194
ou
38°27'04.9"N 7°24'04.3"W
Localização Google Maps
https://maps.app.goo.gl/a6kMEmTnZKkrcMhh9
Cronologia
Neolítico com reutilizações durante o Calcolítico (Idade do Cobre). Terá sido construída durante a segunda metade do 4º milénio a.C.