A estela-menir da Herdade do Barrocal foi identificada em 1993, estando tombada. Em 1995 realizaram-se escavações arqueológicas no local que identificaram as infraestruturas da sua sustentação e posteiromente foi reerguida. Trata-se de um dos maiores monólitos pré-históricos peninsulares, com 5.72m de altura. Apresenta-se gravado por percussão, ostentando linhas onduladas, um báculo, círculos e círculos com covinhas centrais, linhas quebradas, covinhas e “idoliformes”. Estes elementos são considerados, pelo estudo publicado, como correspondendo a vários momentos de gravações que se estendem deste o momento atribuído à erecção (Neolítico Antigo/Médio – 5º milénio a.C.) à idade do Bronze (2º milénio a.C.). Estas gravuras não são hoje visíveis a “olho nu”. O estudo realizado considera, ainda, a possibilidade da existência de um recinto realizado num período posterior à erecção, o qual, recorrendo a blocos pétreos e afloramentos periféricos, apresentaria uma planta oval (72x60m), com a estela localizada no centro de cruzamento dos eixos maiores.

Grandes estelas-menir como a da Herdade do Barrocal não só marcariam simbolicamente o local onde eram erigidas, mas estariam integradas em alinhamentos de longa distância, possivelmente com orientações astronómicas. Para a estela do Barrocal, alguns alinhamentos foram sugeridos relativamente a outros menires próximos, mas também a pontos mais distantes. É o caso do aparente longo alinhamento que cruza toda a paisagem simbólica neolítica de Reguengos, e que alinha o recinto dos Perdigões, o local original da Estela-Menir do Monte da Ribeira, a Estela-Menir do Barrocal e a elevação de Monsaraz ao esquinócios (90º).

Escavações arqueológicas e reerecção da estela.

Gomes, M.V. (2007) – Estela-menir da Herdade do Barrocal (Reguengos de Monsaraz, Évora): resultados dos trabalhos de 1995. Revista Portuguesa de Arqueologia. 10(1): 43-71.; Valera, A.C. ed. (2018), Os Perdigões Neolíticos. Génese e desenvolvimento (de meados do 4º aos inícios do 3º milénio ac). Perdigões Monográfica, 1, Lisboa, NIA-ERA.