Conserva ainda parte significativa da mamoa (tumulus). O corredor encontra-se tapado, sendo apenas visíveis o topo de algumas das suas tampas.

O monumento apresenta uma câmara poligonal de sete esteios, com um eixo maior de 4m, conservando ainda o chapéu. O corredor, incluindo as remodelações que sofreu, atinge um comprimento que ultrapassa os 14m, e está orientado a 139º. Durante o 3º milénio a.C. são acrescentados ao monumento neolítico três sepulcros de tipo tholoi, dois do lado direito do corredor e um do lado esquerdo do corredor, o qual foi transformado para servir de acesso a estas novas câmaras funerárias. Duas destas câmaras adicionadas foram construídas utilizando um forro de lajes de xisto verticalizadas e uma elevação da falsa cúpula em fiadas de pedras sobrepostas, enquanto a terceira foi construída com fiadas de pedras desde a base. Na câmara do monumento original os contextos encontravam-se já mal preservados, tendo sido apenas registados alguns fragmentos cerâmicos e elementos de adorno. Contrastando, os contextos escavados na tholos lateral à esquerda do corredor (Olival da Pega 2b) revelaram-se bem preservados e com grande abundância de materiais votivos, entre os quais: lâminas, lamelas, pontas de seta, pontas de dardo, alabardas, utensílios de pedra polida, alfinetes em osso, contas de colar, várias dezenas de vasos completos, um punhal de cobre, uma figurinha zoomórfica (raposa?), falanges afeiçoadas e placas de xisto decoradas. Vários restos humanos foram recuperados e um nível de cremações in situ foi identificado a meio da estratigrafia de utilização desta câmara.

A Anta 2 do Olival da Pega é um dos quatro monumentos megalíticos de construção neolítica (4º milénio a.C.) aos quais, durante o Calcolítico (Idade do Cobre – 3º milénio a.C.), foram reunidos sepulcros tipo tholos. Os outros são a Anta 2 da Comenda, a Anta 1 da Farisoa e Anta 2 de Cebolinhos. Esta circunstância de reutilização tardia de monumentos megalíticos por reformulação e adição arquitectónica apresenta-se como uma particularidade do grupo megalítico de Reguengos de Monsaraz e traduz, de forma muito evidente, a longa cronologia de funcionamento de muitas antas e a sua agência sobre comunidades muito posteriores aos seus construtores, como um autêntico referente de ancestralidade. Uma procura de raízes que poderá traduzir uma necessidade de legitimar novas formas de organização social e gestão do território. Já nessa altura, portanto, o passado era utilizado em função do presente, revelando a importância intemporal da memória na organização das sociedades humanas.

Escavações arqueológicas entre 1990 e 1997.

Gonçalves, V. S. (1999)- Reguengos de Monsaraz. Territórios Megalíticos. Lisboa. CMRM.

Localização administrativa
Freguesia de Monsaraz, Concelho de Reguengos de Monsaraz, distrito de Évora.

Acesso
Acesso público, em terra batida. Qualquer tipo de viatura.

Coordenadas do sítio (centro)
38.451577, -7.398991 ou 38°27'05.7"N 7°23'56.4"W

Localização Google Maps
https://maps.app.goo.gl/uPvpnqAS2sPXKqqh8

Cronologia
Neolítico com reutilizações e acrescentos durante o Calcolítico (Idade do Cobre). Terá sido construída durante a segunda metade do 4º milénio a.C.