Com um comprimento total de 6.30m, o monumento apresenta uma câmara poligonal de 7 esteios, com 3.9×2.8m de diâmetro, preservando ainda 6 esteios in situ. Parte da tampa ou chapéu está caída dentro da câmara, ocupando quase todo o seu espaço. O corredor é pequeno, com apenas 2m de comprimento, apresentando 2 esteios do lado norte e 1 do lado sul. O tumulus (mamoa) está quase todo destruído.

Os poucos materiais recolhidos na intervenção do casal Leisner correspondem a fragmentos de um grande vaso sub-cilíndrico e uma caçoila lisa. Trata-se de recipientes que indicam, pela sua tipologia, um enterramento tardio, do final do 3º milénio a.C, enquandrável numa prática funerária conhecida no Alentejo como “Horizonte de Ferradeira”. Esta prática é caracterizada por uma tendência para enterramentos individuais e pela presença de recipientes lisos cilíndricos ou troncocónicos, recipientes de tipo campaniforme, mas não decorados, e armas em cobre (punhais e pontas de seta) e punções. Estes materiais podem aparecer em diferentes composições. Assim, Anta 1 de Vale Carneiro terá sido reutilizada para um enterramento (provavelmente individual) de tipo “Ferradeira”, à imagem do que se conhece em algumas outras antas alentejanas.

Escavação arqueológica muito parcial na câmara realizada em meados do século XX pelos arqueólogos alemães Leisner.

Leisner, G.; Leisner, V. (1985) – Antas do Concelho de Reguengos de Monsaraz (1951). Estudos e Memórias 1. Lisboa. UNIARCH. INIC.